27/05/2014
A Oficina de Multiplicação de Conhecimentos em Sistemas Agroflorestais aconteceu entre os dias 20 e 23 de maio e foi promovida pelo Programa de Manejo de Agroecossistemas do Instituto Mamirauá. O encontro reuniu ribeirinhos, quilombolas e indígenas de várias regiões da Amazônia que possuem experiências variadas com SAF.
Durante dois dias, a área de plantio de Edson da Silvia virou laboratório dos demais agricultores, técnicos e pesquisadores do Instituto. Para ele, a oportunidade de trocar experiências foi rica pelas novidades trazidas pelos participantes de outras regiões. “A gente se dedicou a plantar mais sementes para alimentação. E isso é bom para nós”, alega o agricultor que faz experimentos com SAF há mais de um ano.
Estruturado em um formato livre para privilegiar o conhecimento e a bagagem de cada produtor, a oficina se desenvolveu a partir da observação dos participantes na área. Eles debateram as possíveis soluções de manejo e a partir disso aplicaram as ideias na área avaliada. Em cerca de três horas, o mutirão transformou a paisagem de capoeira numa futura floresta de alimentos consorciando espécies agrícolas, plantas frutíferas e árvores florestais, além dos experimentos com técnicas de plantio de feijão no abafado.
Valdir de Souza foi um dos agricultores experimentadores que estimulou as discussões e contribuiu com novas técnicas de SAF – especialmente quanto ao manejo de bananeiras. Com larga experiência em agroflorestas para recuperação de áreas degradadas e produção de alimentos, o produtor rural saiu do Acre para compartilhar suas vivências na oficina. “É muito importante esse intercâmbio de conhecimentos entre os colegas agricultores”, declarou Valdir que usou o sistema agroflorestal para dobrar a produtividade por hectare e recuperar boa parte da floresta em sua área no Acre.
O técnico agroflorestal Samis Vieira participou da organização da oficina e explica que a ideia era promover um espaço para troca de saberes entre agricultores experimentadores e estimular o engajamento de outros produtores da Reserva Amanã. “Com esses agricultores mais experientes, queríamos compartilhar diferentes experiências com manejo agroflorestal na região amazônica e fortalecer ainda mais o grupo”, pontua.
A Oficina de Multiplicação de Conhecimentos em Sistemas Agroflorestais é uma ação do projeto “Participação e Sustentabilidade: o Uso Adequado da Biodiversidade e a Redução das Emissões de Carbono nas Florestas da Amazônia Central”, desenvolvido pelo Instituto Mamirauá com financiamento do Fundo Amazônia.
Por Everson Tavares